quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Carta ao amigo...


Justificativa mais que necessária.
“O que escrevo aqui são algumas palavras que ficaram no passado. Por um descuido, ou sei lá o quê, não as disse a quem deveria. No dia 13 de janeiro de 2011, as encontrei. As reescrevo para recordar um grande amigo, um pouco de sua história de vida.”

Querido amigo, quando tentamos olhar a vida e suas possibilidades, deparamo-nos com nossos medos, angústias, frustrações e sofrimentos. Somos divididos a menor parte que se possa ter de esperança, e como se não fosse o bastante, às vezes, multiplicam-se nossos receios e desesperos. Quanto mais buscamos respostas para nossas vidas, menos conseguimos compreender que há razões que, talvez, nunca compreenderemos, e só a fé poderá nos consolar, sendo, quando possível, a única resposta. No mais desesperador dos prantos existe algo que nos remete a essência da vida, levando-nos, caro amigo, ao momento em que despertamos para ela -  quando nascemos – até a hora em que partimos. Falo de lagrimas. Algo tão expressivo durante a vida que nos eleva, sendo tão comum na hora da morte. As lagrimas de alguém quando nasce, são de alegria, de chegada. Quem nos dera evitá-las, as de partida, de um adeus que se dá a alguém na vida. Não há nada melhor pra explicar as razões desse estágio chamado vida e definir com precisão o quanto somos fracos de carne, porém, fortes de espirito. Somos condicionalmente, assim. Cada lágrima traz em si um milagre, da vida, quando nascemos, do amor, quando amamos e da morte, quando partimos. Deus sabe até onde podemos ir, e com ele haveremos de chegar a algum lugar. Se for preciso, ele irá até onde não podemos ir, lugares que julgamos serem impossíveis de ser chegar. Isso, só para nos mostrar que a definição da impossibilidade está na força, na fraqueza, fé, amor que temos, seja muito ou pouco. Acredito que, o que realizamos é o possível; o que não conseguimos realizar, é o impossível (exatamente como define seu significado). Assim, prezado amigo, reconheço mais uma vez, que o impossível só Deus pode realizar, e se ele não quiser, de certo há alguém que não mereceu esta dadiva.

Janeiro de 2011.

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